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Dance, Paula Costa

“We should consider every day lost
on which we have not danced at least once”,
Friedrich Nietzsche

O nascer e morrer de uma flor repetidas vezes mimetiza as batidas de um coração. É por meio de uma arte viva, criada a partir de matérias-primas orgânicas, que a artista Paula Costa enfatiza a beleza que podemos encontrar na finitude. A videoinstalação que segue os movimentos vitais do órgão humano traz, bordado na mesma flor, o nome da exposição, Dance, em cartaz durante a 2° edição do Brasil Fashion Forum.

No lugar do pincel e da tinta, estão a agulha e o fio de algodão e lã com os quais a artista alinhava folhas e flores em diferentes etapas de sua existência, dando-lhes um novo significado – ora em pontos simples, formando imagens abstratas, ora em palavras. A natureza, o oráculo de Paula na busca de inspiração e respostas, e as intervenções feitas por ela em seus fragmentos ganham diferentes suportes, como em uma das salas, na qual as linhas parecem conectar o céu e a terra em uma instalação interativa site specific.

“Na cultura ocidental, temos dificuldade em olhar para a morte. Mas ela nem sempre representa o fim. Ela é parte da transformação para um outro estágio ou outra consciência. É por meio de nossas pequenas mortes individuais que fechamos ciclos e começamos outros”, analisa a artista. Dessa forma, a finitude exibe sua beleza como um catalizador criativo, que gera inquietude em busca do eterno retorno. A maneira em que a artista encontrou de afirmar sua passagem pelo mundo é aceitar o tempo de duração de tudo que existe na terra.

Ana Carolina Ralston
Curadora

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