Dois mestres das artes do século 20 têm obras reunidas em um intenso diálogo
Amigos e rivais. Esta era a relação desses dois gênios do século 20, o pintor britânico Francis Bacon e o escultor suíço Alberto Giacometti. Apresentados por uma amiga em comum nos anos 60, a pintora Isabel Rawsthorne, a dupla passou a encontrar-se com frequência para discutir (e também concordar!) sobre suportes e inspirações que os levaram a criar centenas de peças. A relação entre eles e suas respectivas obras é apresentava pela primeira vez ao público em uma imponente exposição na Fundação Beyeler, na cidade de Basel, na Suíça.
São cerca de cem obras que traçam um paralelo sobre a importância dada por ambos à figura humana. Por preocuparem-se com o papel ocupado pela arte tradicional na época, faziam paródias interessantíssimas sobre elas, buscando desconstruir o figurativismo, transformando-os em obras quase abstratas.
Nas nove salas que compõem a mostra, também aparecem temas como a cor – enquanto Bacon adoravam cores mais vibrantes, Giacometti usava apenas tons de cinza nas esculturas que fazia –, a tridimensionalidade e o movimento (apesar de pinturas, as obras do britânico tem as duas características tanto quanto as do suíço).
Uma das salas mais impressionantes, no entanto, é a que recria em escala real os diminutos ateliês dos artistas, tanto em tamanho, como na forma em que produziam e organizavam suas obras – a experiência é por meio de uma instalação imersiva que te faz sentir-se em meio a esse ambiente criativo. Inspiração pura!
Fundation Beyeler. Até 2 de setembro